EXPOSIÇÃO DA MAQUETE


EXPOSIÇÃO DE APRESENTAÇÃO DA MAQUETE DE SANTA ISABEL NA APPLETON SQUARE

Michael Biberstein e Miguel Vieira Baptista com Appleton Domingos Arquitectos | Santa Isabel

15 de Outubro a 13 de Novembro 2010

Exposição integrada na Trienal de Arquitectura de Lisboa


Créditos fotográficos: Rui Semedo da Luz


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Este projecto, integrado na Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010, apresenta na galeria da Appleton Square uma proposta de reabilitação da Igreja Paroquial de Santa Isabel, em Lisboa. A exposição é uma amostragem da maqueta da igreja com um enfoque na pintura do tecto e num exemplo da reconversão do mobiliário da igreja. O projecto de conservação, restauro e adequação de zonas de circulação carece de maior pormenorização técnica e descritiva e não tem aqui lugar.


A maqueta, realizada à escala 1:8, permite ao visitante observar este modelo por dentro e descobrir sob o tecto um estudo para uma pintura de Michael Biberstein e um modelo (ainda em fase de estudo) do que será a cadeira da presidência. A cadeira, da autoria do designer Miguel Vieira Baptista, faz parte do projecto global de mobiliário para a igreja, e é uma das preocupações deste projecto no sentido de criar uma maior dinâmica do espaço numa acepção próxima da cenografia, sem esquecer a importância do ritual e da comunhão.

Esta breve apresentação descreve uma estratégia de intervenção em que a arquitectura, como operação transformadora, é praticamente invisível. Ao invés, a transformação visual e as suas ressonâncias espaciais e simbólicas projectam-se na maqueta como matéria que será visível no novo espaço interior da igreja e, assim, da ecúmena. Esta ideia de espaço ecuménico, como se estivesse sempre habitado, está na origem do templo como um desígnio de representação permanente e como espaço projectivo para o sujeito que ali se recolhe. A natureza deste espaço, destinado ao acto litúrgico, concede ainda um lugar a cada indivíduo que procure um momento de contemplação e reflexão interior.

Na obra de Michael Biberstein, a pintura reserva ao observador um espaço que só este pode determinar pela sua presença em frente à obra. E essa presença é um convite à disponibilidade do seu tempo para fruir a pintura, deixando emergir a possibilidade que cada um tem de se aproximar das visões do sublime que a obra de Biberstein convoca. Como se as suas pinturas sobre a tela, na sua bidimensionalidade, transmutassem o espaço, numa envolvência que integra a arquitectura onde nos encontramos. As paisagens imensas, onde podemos encontrar muitas vezes uma luminosidade, aparentemente nebulosa, desestabilizam os nossos próprios parâmetros sensoriais. Como refere Otto Neumaier, no catálogo da exposição A difícil travessia dos Alpes: “a sua obra dirige-nos até aos limites daquilo que somos capazes de experimentar e, ao fazê-lo, faz-nos evocar os limites da alma quanto à possibilidade de experimentar o mundo – e nós próprios”. Assim, a pintura do tecto desta igreja transformará não só a experiência da arquitectura do lugar ampliando-o até ao infinito, como a vivência interior de cada um nós no interior de um espaço, ou contentor, dedicado à introspecção e à contemplação.

Texto de João Silvério 
(para a folha de sala da exposição patente entre Outubro e Novembro de 2010 na Appleton Square)


EXPOSIÇÃO DE APRESENTAÇÃO DA MAQUETE NA IGREJA DE SANTA ISABEL

Michael Biberstein e Miguel Vieira Baptista com Appleton Domingos Arquitectos | Santa Isabel

Novembro de 2010 a Janeiro de 2011 


Créditos fotográficos: Marco Pires